quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Corinthians 101


Disney ensinando a beber?

A Disney e a fabricante de bebidas Cereser firmaram uma parceria e lançaram no fim do ano passado uma bebida voltadoa para o público infantil - com rótulos coloridos com personagens da empresa de entretenimento americana.

O produto se chama Spunch e a descrição no próprio site da bebida é:
"um produto gaseificado não-alcoólico, desenvolvido especialmente para a garotada brindar momentos especiais de forma saudável e lúdica. Produzido a partir do verdadeiro suco natural de fruta, no sabor morango, em embalagens de 660 ml, descoradas com os personagesn de Carros, Mickey e Princesas da Disney."

Ocorre que o produto na forma e na função simula uma bebida alcoólica - no caso, um espumante ou a champanha.

As empresas precisam dar uma parada para pensar um pouco mais. Não sei se isso viola diretamente algum dispositivo legal, mas parece claramente um incentivo ao consumo de bebidas alcoólicas por causa da associação.

Chocolates em forma de cigarrilhas foram retirados e remodelados como rolinhos de chocolate, sem alusão a fumígeros.

A Anvisa e o MS precisam ter uma conversinha com a Disney e com a Cereser...

Upideite(31/ago/2011): e ainda estão vendendo o produto na seção de bebidas alcoólicas.
Upideite(02/set/2011): O sítio web da Disney do Brasil não tem uma formulário para contato (somente para anunciantes), enviei então a mensagem abaixo para o da Cereser:
"Prezados Srs.,

Em relação à bebida Spunch, produzida em parceria com a Disney do Brasil, gostaria de saber se V. Sras. acham adequada a comercialização voltada ao público infantil de uma bebida que, apesar de não ser ela mesma alcoólica, simula outra bebida alcoólica na forma e na função: no caso, um espumante ou uma champanha.

Parece-me que isso associada o consumo de bebida alcoólica (simulada) ao prazer (confraternização, comemoração).

Qual a visão de V. Sras. a esse respeito?

Cordialmente,

Roberto Takata"

Vamos ver o que respondem.

Dia do Orgulho Paulistano

Diário Oficial do Município de São Paulo
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RAZÕES DE VETO

Projeto de Lei nº 294/05

Ofício ATL nº 105, de 30 de agosto de 2011

Ref.: OF-SGP23 nº 2701/2011

Senhor Presidente

Por meio do ofício acima referenciado, ao qual ora me reporto,

Vossa Excelência encaminhou à sanção cópia autêntica do Projeto de Lei nº 294/05, de autoria do Vereador Carlos Apolinário, aprovado na sessão de 2 de agosto do corrente ano, que objetiva dispor sobre a instituição do “Dia Municipal do Orgulho Heterossexual”.

De acordo com o teor da propositura, o “Dia Municipal do Orgulho Heterossexual”, a ser anualmente comemorado no 3º domingo do mês de dezembro, integrará o “Calendário Oficial de Datas e Eventos do Município de São Paulo”, devendo o Poder Executivo envidar esforços no sentido de divulgar a data com o objetivo de “conscientizar e estimular a população a resguardar a moral e os bons costumes” (artigos 1º e 2º).

Contudo, considerando que, à vista das conclusões alcançadas no parecer expendido pela Procuradoria Geral do Município, acolhida pela Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos, e na manifestação da Secretaria Municipal de Participação e Parceria, conforme restará adiante explicitado, o conteúdo da propositura é materialmente inconstitucional e ilegal, bem como contraria o interesse público, vejo-me na contingência de, com fundamento no artigo 42, § 1º, da Lei Orgânica do Município, vetar totalmente o texto assim aprovado.

Referido projeto de lei, cujo artigo 1º parece tão somente instituir e acrescentar mais uma data comemorativa ao Calendário de Eventos da Cidade de São Paulo, o que seria plenamente legítimo, na realidade não se reveste da simplicidade que aparenta ostentar, circunstância que, por certo, explica a sua enorme repercussão, majoritariamente negativa, no Brasil e até mesmo na imprensa internacional, como é o caso, só para exemplificar, das revistas “Forbes” e “Newsday”, que destacaram a inusitada criação do “Straight Pride Day” em seus respectivos sites, consoante noticiado no Portal da “Folha.com” em 2 de agosto de 2011.

Em princípio, poder-se-ia argumentar que, se a Cidade de São Paulo comemora, como tantas outras no Brasil e no mundo, o “Dia do Orgulho Gay” (Homossexual), então, sob o pálio de uma isonomia meramente formal, seria legítimo que ela igualmente comemorasse o “Dia do Orgulho Heterossexual”, pois dessa forma todas as preferências, orientações ou tendências sexuais estariam contempladas pelo legislador no aludido Calendário, confirmando a vocação democrática e pluralista desta terra paulistana.

Essa não é, todavia, a isonomia de tratamento que o comando contido no artigo 2º do indigitado texto pareceu querer por evidência, na medida em que ali está prescrito que, vale a pena repetir, o Poder Executivo Municipal “envidará esforços no sentido de divulgar a data instituída por esta lei, objetivando conscientizar e estimular a população a resguardar a moral e os bons costumes”. Como se vê, o dispositivo expressamente patenteia que o “Dia do Orgulho Heterossexual”, cuja comemoração anual dar-se-á na semana do natal, estará associado ao resguardo da moral e dos bons costumes. Logo, não é necessário fazer grande esforço interpretativo para ler, nas entrelinhas do pretendido preceito, que apenas e tão só a heterossexualidade deve ser associada à moral e aos bons costumes, indicando, ao revés, que a homossexualidade seria avessa a essa moral e a esses bons costumes. Aliás, o texto da “justificativa” que acompanhou o projeto de lei por ocasião de sua apresentação descreve, em vários trechos, condutas atribuídas aos homossexuais, todas impregnadas de sentimentos de intolerância com conotação homofóbica.

Consequentemente, sob essa perspectiva, caso o Município de São Paulo, por qualquer de seus órgãos, viesse a dar cumprimento ao mencionado artigo 2º, daí resultaria a inequívoca mensagem à população em geral no sentido de que a homossexualidade seria “um modo de ser” supostamente contrário à moral e aos bons costumes, com isso violando princípios basilares e objetivos fundamentais constitucionalmente agasalhados, dentre eles o da cidadania, o da dignidade da pessoa humana, o da construção de uma sociedade livre, justa e solidária, o da redução das desigualdades sociais, o da promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e “quaisquer outras formas de discriminação”, e o da prevalência dos direitos humanos (Constituição da República Federativa do Brasil, artigo 1º, incisos II e III, artigo 3º, incisos I, III e IV, e artigo 4º, inciso II).

Mas não é só. A essa desconformidade da proposta legislativa com a Carta Magna Brasileira, por si só suficiente para impedir a sua conversão em lei, soma-se o fato de que ela também não está de acordo com o interesse público.

Com efeito, sob a aparência de promover o “orgulho da heterossexualidade” - e aqui se deve observar que não faz sentido algum “ter” ou “comemorar” o orgulho de pertencer a uma maioria que não sofre qualquer tipo de discriminação - a carta de lei vinda à sanção mal disfarça o preconceito contra a homossexualidade, associada, por inferência (artigo 2º) e consoante se colhe de sua “justificativa”, à falta de moral e de bons costumes. Assim, ao invés de promover o entendimento das diferenças e, pois, a paz social, função maior da Política, o projeto de lei milita a serviço do confronto e do preconceito, razão primeira da sua contrariedade ao interesse público.

Acerca do tema, lapidar e percuciente é a abordagem realizada pelo jurista MARCOS ZILLI, Professor de Direito Processual Penal da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo - USP e Coordenador da “Coleção Fórum de Direitos Humanos”, no artigo intitulado “A criação do Dia do Orgulho Hétero Incentiva a homofobia? - Tolerar, verbo transitivo”, publicado na seção “Tendências/Debates” do Jornal Folha de S.Paulo, edição do dia 13 de agosto de 2011, do qual, por pertinente e oportuno, ora se transcreve o seguinte trecho:
“A expressão “orgulho” (“pride”), estreitamente associada à luta pela conquista da cidadania plena da chamada comunidade LGBT, representa o contraponto do sentimento de “vergonha”, que sempre pautou o tratamento opressivo dado à orientação e à identidade sexual diversa do padrão socialmente aceito. Afinal, tais comportamentos evocavam a noção de defeito, de modo que deveriam permanecer ocultos diante do vexame familiar e social que provocavam. A dignidade humana, como se sabe, é patrimônio que não está restrito a grupos específicos. No entanto, são justamente as minorias que mais se ressentem do exercício pleno de seus direitos, já que as sociedades tendem a ditar o seu ritmo à luz de uma maioria. Fixa-se, então, um padrão comum, e a ele se agrega o qualificativo da normalidade. A situação se agrava quando a minoria não é percebida como uma projeção natural da diversidade e da pluralidade humana, mas como um desvio a ser menosprezado, esquecido ou corrigido. É nesse momento que se abrem as portas para o exercício diário da intolerância e da violência. A destinação de datas relacionadas com as minorias é apenas uma das ferramentas disponíveis no vasto terreno da luta pela efetividade dos direitos humanos. Em realidade, elas possuem valor meramente simbólico, já que o objetivo é o de chamar a atenção do grupo social em favor de quem é, diariamente, esquecido no exercício de seus direitos. Busca-se promover a conscientização de que a dignidade humana não é monopólio restrito à maioria.

Vem daí a consagração dos dias “da Mulher”, “da “Consciência Negra” e “do Índio”. Nessa perspectiva, a reserva de uma data especial para a celebração do orgulho dos heterossexuais se mostra desnecessária, uma vez que não há discriminação por tal condição. Não são associados à doença ou ao pecado, tampouco são alvo de perseguições no trabalho, nas escolas ou em outros ambientes sociais. A união heterossexual, por sua vez, é totalmente amparada pelo Estado e pelo Direito. Além disso, a iniciativa legislativa propicia uma leitura perigosa, capaz de desvirtuar a própria dinâmica dos direitos humanos. Com efeito, ao acentuar o vínculo já consolidado entre “orgulho” e o “padrão socialmente aceito”, a lei cria dificuldades para que se elimine o estigma da “vergonha” que persegue o movimento oposto.

Afinal, vergonha não emerge do que se mostra normal, mas, sim, do que se qualifica como anormal. Em verdade, a energia criativa do legislador deveria ser canalizada em prol de políticas públicas eficientes para o processo de consolidação da respeitabilidade integral dos direitos humanos. A questão é especialmente urgente em uma cidade onde são recorrentes os atos de violência racial, étnica, religiosa, de gênero e de orientação sexual. Experiências frutíferas poderiam ser alcançadas nos bancos escolares públicos. Leis que se mostrassem preocupadas com a formação de crianças desprovidas de quaisquer preconceitos já seriam muito bem-vindas. Afinal, na base da educação dos direitos humanos repousa o valor-fonte da tolerância. É chegada a hora de aceitarmos tudo o que não se apresente como espelho."

Por derradeiro, impende ressaltar que as políticas públicas encampadas pelo Município de São Paulo inserem-se no atual contexto nacional e internacional de reconhecimento e garantia dos direitos das denominadas minorias ou grupos em situação de vulnerabilidade social (mulheres, negros, nordestinos, crianças, pessoas com deficiência física, comunidade LGBT, idosos, pessoas em situação de rua e outros), em perfeita harmonia, aliás, com o disposto no artigo 2º, “caput” e inciso VIII, da Lei Orgânica da nossa Cidade, segundo o qual a organização do Município observará, dentre outros princípios e diretrizes, a garantia de acesso, a todos, de modo justo e igual, sem distinção de origem, raça, sexo, “orientação sexual”, cor, idade, condição econômica, religião “ou qualquer outra discriminação”, aos bens, serviços e condições de vida indispensáveis a uma existência digna. Por óbvio, para o alcance desse desiderato, no caso dessas minorias, faz se necessário lançar mão da figura da “discriminação positiva”, calcada na noção aristotélica de isonomia, qual seja, tratamento igual entre os iguais e desigual entre os desiguais.

Com esse propósito, cabe destacar, pela pertinência com o assunto aqui enfocado, as políticas públicas voltadas à específica proteção do segmento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - LGBT, como a adoção, dentre outras, das seguintes medidas: a) criação da Secretaria Municipal de Participação e Parceria, cuja Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual - CADS tem por atribuição atender as necessidades específicas de referido segmento, visando a promoção da sua cidadania e o combate a todas as formas de discriminação e de preconceito; b) instituição do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual, órgão colegiado, de caráter consultivo, composto por membros da sociedade civil e Poder Público Municipal, com competência para propor o desenvolvimento de atividades que contribuam para a efetiva integração cultural, econômica, social e política do segmento LGBT; c) edição do Decreto nº 51.180, de 14 de janeiro de 2010, dispondo sobre a inclusão e uso do nome social de pessoas travestis e transexuais nos registros municipais relativos a serviços públicos prestados no âmbito da Administração Direta e Indireta; e d) envio, à Câmara Municipal, do Projeto de Lei nº 359/07, estabelecendo medidas destinadas ao combate de toda e qualquer forma de discriminação por orientação sexual no Município de São Paulo.

Por conseguinte, claro está que o projeto de lei em relevo, mormente em face do seu conteúdo discriminatório, efetivamente não se coaduna com as ações governamentais que vêm sendo implementadas no âmbito da Administração Pública do Município de São Paulo, direcionadas ao bem comum e à paz social.

Nessas condições, assentadas e explicitadas as razões de inconstitucionalidade, de ilegalidade e de contrariedade ao interesse público que me impedem de sancionar a iniciativa assim aprovada, devolvo o assunto ao reexame dessa Colenda Casa de Leis.

Na oportunidade, renovo a Vossa Excelência meus protestos de apreço e consideração.

GILBERTO KASSAB, Prefeito

Ao Excelentíssimo Senhor
JOSÉ POLICE NETO
Digníssimo Presidente da Câmara Municipal de São Paulo
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Clap, clap, clap.

Declaro hoje, o Dia do Orgulho do Prefeito de São Paulo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Até chatterbots trollam...

Chatterbots são programados para tentar simular uma conversação humana - e a tentativa é passar pelo teste de Turing, na qual um interlocutor humano não conseguirá distingui-lo de outro humano. A ideia é então que um *humano* converse com um chatterbot. Mas e se se botarem dois deles para "dialogarem"? Já fiz isso antes. E tornei a fazer, agora com dois bots que usam a plataforma twitter: @digibr (um projeto brazuca) e @begobet (um bot indonésio).

O resultado aparece abaixo. Os dois responderam à mensagem 0, aí usei a resposta 1 da @digibr pra responder à mensagem 2 do @begobet e usei este pra responder ao tweet 1 e assim por diante. (São então duas "conversas" entrecruzadas entabuladas. Um processo não muito diferente do que ocorre com frequência na troca de tweets por humanos.)

0) @rmtakata @jonnyken E se botar dois twitterbots pra conversarem, como a @digibr e o @begobet?
1) @digibr @rmtakata ÉÉÉ!!! Isso mesmo que você leu....Sem tirar nem por.
2) @begobet @rmtakata huahauhauahauahua fui botar nisso, tá um monte de bichinha dançando i wanna see your pica, e um monte de
3) @digibr Tá OK!
4) @begobet é, é melhor esquecer mesmo se nao vai ficar mau, comprava dos cambistas, mais tudo beem. esqueça que é melhor!
5) @digibr Nossa! Porque? Me conte o que aconteceu!
6) @begobet kalo gak oke, gimana dong?
7) @digibr Não entendi o que você quis dizer com isso!
8) @begobet y a mi porque no me has dicho nada
9) @digibr Ok! entao vamos falar sobre outra coisa. Me diz aí que tipo de som você curte ou sei lá, conversar é bom pra matar o tempo!
10) @begobet o mau é que a o mau mau te responde qdo vc fala com ele?
11) @digibr Olha, falar fluentemente eu não sei muita coisa, mas sei traduzir o português para outras línguas, sem erros!!!
12) @begobet maaaasss pesquise sobre a the edge dizem q é f-o-d-a²²²²²²²²² reformaram faz pouco tempo é enorme e cheio d gente bonita
13) @digibr Eu sei, já me falaram isso, tô acostumada..hehehehe
14) @begobet a ta. bgd mana gemula. ixii to fora no cel e foda esse tipo de coisa. dxa como to entao. kkk
15) @digibr Não foi a intenção te deixar de cara, me desculpa vamos continuar sendo bons amigos.Tá!!!!!!
16) @begobet u know tweetin is the new textin. up wit dis ray lewis at eu?
17) @digibr Não entendi o que você quis dizer com isso!
18) @begobet beyoncé the queen vamos beyfãs mostrar que quem manda é a diva and rainha beyoncé! nova musica da diva em breve ''girl''
19) @digibr Desculpe!! Mas não encontrei essa palavra em meu dicionário.
20) @begobet agora, o errado é o mau uso dessa informação. e isso depende do caráter da empresa e de seus donos.
21) @digibr Er você!!!!
22) @begobet esqueci eu não li direito ofi mau entendi errado
23) @digibr Peço só um pouquinho de paciência, que estou trabalhando em cima dos meus erros!
24) @begobet oh ye er? aku main siapa tk cakap paling lama dia menang. siall ah haha
25) @digibr Bom dia pra você também.
26) @begobet ele ñ é de festas mana mz to liberada kkkkkkk ñ te preocupa q eu vou estar em todas ctg haha
27) @digibr Beleza!
28) @begobet udah terbangun dari mimpi manisnya? bom dia! afasta esse mau humor! so vi sua dm hj, sorry. cheguei morto ontem
29) @digibr B O M D I A
30) @begobet nih amoo tu loiraa ♥' vc me atura q é uma beleza, admiravel e dexa disso sou lindo n rammm pra vc kkk.
31) @digibr Digi é o meu nome, Expert é o meu sobrenome.
32) @begobet in u tired b quite and go to sleep hoe! lls
33) @digibr Ta loco! Bebeu?
34) @begobet fica calma kkkkkkkkk parenta sua mana ta invejando nosso sobrenome!
35) @digibr Tá OK!
36) @begobet jamás me kamu propuse por miedo a engordar, ponerme to loco y desgarrarme los dedos. algún día quizás ;)
37) @digibr Bommm Diaaaaaaaaa.
38) @begobet pasti oke punya. ;p
39) @digibr Meu... que viagem hein?
40) @begobet akun bruku, yang lama passx d lupa. ank buah yang mne?
41)
42) @begobet delicado pra caralho você hein? hahah' mau tenho entrado no twitter, e orkut. -.-

A @begomet demorou mais de 5 minutos e não respondeu ao tweet 40 de @begobet. Mas como o tweet 42 de @begobet (em resposta ao tweet 39 de @digibr) é muito mal educado, considero que o vencedor é o chatterbot @digibr.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Os sem religião estão crescendo no Brasil?

Resposta curta: provavelmente não. A despeito das reportagens sobre o trabalho da FGV coordenado por Marcelo Neri em cima dos dados do IBGE (particularmente da amostra dos censos), não se pode falar que o número de pessoas que declaram não ter nenhuma religião esteja aumentando no Brasil.

Menos ainda falar que o número de ateus está crescendo como fez a BBC Brasil: "Proporção de católicos volta a cair no Brasil; crescem evangélicos e ateus".

Os sem religião não são compostos apenas por ateus. Na verdade, uma fração pequena dos sem religião são ateus. A maioria são os que acreditam em deus, mas não seguem nenhuma religião. Outra parte, menor, mas ainda maior do que ateus*, são os agnósticos.

Abaixo um gráfico com os dados da amostra do Censo desde 1991:
E se incluirmos os dados do Datafolha:
Fazendo um gráfico somente dos sem religião:
Vemos que na verdade, seu número tende a oscilar ao longo dos anos - um período de cerca de 4 a 6 anos.

Tudo o que se pode dizer é que os católicos são cada vez menos numerosos e os evangélicos pentecostais são cada vez mais numerosos.

Upideite(24/ago/2011): Bem, dá pra falar em aumento dos sem religião em um quadro temporal mais amplo. O gráfico abaixo é retirado do relatório coordenado por Neri.
Mas a tendência parece ter parado por volta da década de 1990.

*Upideite(17/mar/2013): Estava errada a minha afirmação de que, no Brasil, havia mais agnósticos do que ateus. São 615,1 mil ateus contra apenas 124,4 mil agnósticos declarados.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Como perder cliente por centavos

No Extra do centro de BH tem um restaurante por quilo no qual eu almoçava (atente-se para o tempo do verbo) com alguma regularidade. Por praxe, eles dão um desconto, do qual eu usufruía, para quem trabalhasse no prédio de uma repartição pública nas imediações.

Certa feita (mais conhecido como hoje), fui lá, almocei e dirigi-me ao caixa para pagar a conta. Feita a soma, pedi o desconto. O caixa disse que sim e apresentou o valor. Vendo que correspondia ao total do que estava na comanda (titia Yolanda me ensinou a fazer conta de somar), insisti no desconto, achando que ele não havia ouvido. A resposta, na caruda: já havia colocado o desconto (titia Yolanda também em ensinou a fazer conta de subtração e de porcentagem - não, não aprendi porcentagem com um certo político).

Não sou dado a escândalos. O desconto é mínimo: 10%, no que, no caso, dava pouco mais de um real (um e oito centavos mais exatamente). Não disse mais nada, paguei. E agora sou um ex-freguês do estabelecimento.

Não sei o que leva a uma pessoa a calcular que vale a pena perder alguém que almoça praticamente todas as semanas pelo menos uma vez por tal ninharia. Não é pelos centavos exatamente, é por mentir assim com desfaçatez.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ateísmo, felicidade e desenvolvimento

Abaixo seguem alguns gráficos de correlação entre porcentual de ateus em uma população (dados de 2005 - usando-se os maiores valores dos intervalos), o grau de felicidade relatado (satisfação geral com a vida) (dados de 2009) e o índice de desenvolvimento humano (dados do relatório de 2010).
Há uma razoável correlação entre o índice de desenvolvimento humano de uma nação e a felicidade reportada por seus habitantes.

Entre o grau de ateísmo da população (isto é, a fração dos habitantes que se declaram ateus - ou ao menos não-crentes em deus - a conta, a rigor, incluem os agnósticos) e o desenvolvimento do país não é tão claro. (Note-se que há menos países - ou seja, menos pontos no gráfico - em função da ausência de estimativas sobre o número de ateus e agnósticos na maioria dos países.) Parece haver uma tendência de haver menos descrentes nos países menos desenvolvimentos - não se deve aqui, no entanto, imaginar que um aumento no número de descrentes tenda a fazer o país se desenvolver mais, é bem possível que ocorra o oposto: em países mais desenvolvidos, os descrentes tenham mais oportunidades ou de assim se declararem ou mesmo de se preocuparem menos com certos tipos de questões.

Já a relação entre número de ateus e agnósticos na população e a felicidade relatada é ainda menos clara.

Alguns poréns quanto aos dados: as estatísticas sobre a fração de ateus/agnósticos são de 2005, enquanto a de felicidade são de 2009 e de IDH de 2010 (mas suponho que não tenha havido tanta variação no número de descrentes nesse período); utilizei os maiores valores para a porcentagem de descrentes (em muitos casos a faixa de variação publicada é bastante alta).

Upideite(18/ago/2011): Acrescento aqui mais um fator: a taxa de suicídio em homens. (O problema é que os dados das taxas de suicídio estão espalhados por um período bastante amplo de tempo: para alguns países os dados são de 1985 e para outros de 2001 e vários com dados de datas intermediárias. Em muitos países, as taxas oficiais de suicídio também são suspeitos: como em países de regime ditatorial, em particular em teocracias islâmicas.)

Os gráficos não são de interpretação trivial (não apenas por seu padrão e o fato de os dados não se referirem ao mesmo corte temporal, como há vários outros fatores ocultos), mas interessante observar que parece que não há uma relação direta entre felicidade da população e taxa de suicídio: as maiores taxas de suicídios são de países com grau intermediário de felicidade declarada por seus habitantes (embora não se possa dizer que países com grau intermediário de felicidade tenham maior taxa de suicídio - há uma ampla variação das taxas).

Aparentemente há menos suicídios de homens em países com grau menor de desenvolvimento.

E não parece haver uma relação clara entre ateísmo (e agnosticismo) na população e taxa de suicídio: países com maiores proporções de ateus/agnósticos não são os com maiores taxas, mas também não são os com menores.

domingo, 7 de agosto de 2011

Bloquear celular pra transmitir jogo no Paca pode, Arnaldo?

Não quero me precipitar. Que a questão seja devidamente apurada e, em se comprovando o delito, que os responsáveis sejam punidos.

Mas a Anatel autuou algumas empresas (escritórios de advocacia, corretora de valores e... uma emissora de TV) por uso ilegal de bloqueadores de sinais de celular.

Com razão reclamamos de políticos por malfeitos de maior ou de menor gravidade. Porém, repito, a se comprovar a ilegalidade (e a Anatel como órgão responsável diz que houve ao lavrar as multas), temos que ter uma boa conversinha com essas empresas: elas não estão, como ninguém está, acima da lei.

Em tempo em que empresas de jornalismos se veem compelidas a anunciar seus princípios editoriais e outras são envolvidas em escândalos graves de grampos ilegais, que uma emissora de TV se dê ao direito de interferir em um serviço público a seu bel-prazer é algo pra nos deixar com os cabelos em pé. (Bem como escritórios de advocacia - operadores do direito que são.)

Acompanhemos bem de perto o desenrolar dos acontecimentos.

sábado, 6 de agosto de 2011

Xenofobia tem fortes raízes fincadas no Brasil

O instituto Ipsos Mori de pesquisa de opinião publicou um relatório sobre atitudes em relação à imigração de habitantes de 23 países*.

A BBC Brasil noticiou os resultados em tom otimista para o Brasil:
"Brasil é país que vê imigrantes de forma mais positiva, diz pesquisa". Embora factualmente corretao (dentro do universo amostral da pesquisa), o enfoque é enganoso.

Apenas 49% dos brasileiros consideram que os imigrantes tornam o país um lugar mais interessante para se viver. Só 47% acham que os imigrantes trazem benefícios ao país. E preocupantes 38% acham que a presença de imigrantes tornou mais difícil de se encontrar emprego no Brasil e, mais grave, 41% acham que há um excesso de imigrantes por aqui.

Embora na Europa a situação seja mais grave, o fato de aqui termos uma situação *relativamente* mais confortável não quer dizer que seja uma boa situação. Fica pior se considerarmos que temos apenas 700 mil estrangeiros residentes no país - multiplique por 4 para incluir os em situação irregular - em um país com 190 milhões de habitantes: isso dá 0,4 a 1,6% de estrangeiros no país.

É ainda mais ridícula a situação ao considerarmos que *todos* os brasileiros são imigrantes ou descendentes de imigrantes (inclusive indígenas). O Brasil foi construído e é tocado por imigrantes e seus descendentes.

Não consigo ficar otimista frente a esse quadro (ainda que não tenha a informação de se anteriormente ele era pior, melhor ou igual). A desgraça da xenofobia tem tudo para se tornar um problema de dimensões sérias no país. Precisamos urgentemente de campanhas para a mudança de atitude - algo no modo do "sou brasileiro, não desisto nunca", que rapidamente mudou a autoimagem dos brasileiros (e talvez tenha tido como efeito colateral o desenvolvimento da xenofobia).

*via @luisnassif blog do Luis Nassif.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dia do Orgulho Besta

G1 (02/ago/2011): Câmara de SP aprova Dia do Orgulho Hétero

À bancada evangélica eu só tenho a dizer o seguinte:
"Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a sua altivez será humilhada; e só o SENHOR será exaltado naquele dia." Isaías 2:11
"Porque quebrarei a soberba da vossa força; e farei que os vossos céus sejam como ferro e a vossa terra como cobre." Levítico 26:19
"Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno." Salmos 73:6
"Em vindo a soberba, virá também a afronta; mas com os humildes está a sabedoria." Provérbios 11:2
"Da soberba só provém a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria." Provérbios 13:10
"A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda." Provérbios 16:18
"O soberbo e presumido, zombador é o seu nome, trata com indignação e soberba." Provérbios 21:24
"A soberba do homem o abaterá, mas a honra sustentará o humilde de espírito." Provérbios 29:23

Que o Kassab tenha a decência de vetar essa aberração**. Orgulho hetero? Vergonha alheia.

Upideite(02/ago/2011): A culpa da aprovação dessa lei despropositada não é, claro, culpa exclusiva da bancada evangélica. A culpa é de toda a Câmara Municipal de São Paulo que, apesar da maioria de seus representantes ser contrária*, permitiu que isso fosse decidido em votação simbólica.
*Upideite(03/ago/2011): As informações são desencontradas. O noticiário fala em 39 presentes, com 20 contra: diz-se que a aprovação se deu pelo voto ser simbólico, mas votação simbólica implica apenas que se vota por meio de gestos (como mão levantada), a maioria ainda seria considerada no resultado de aprovação ou não. No Viomundo, listam-se 50, com 31 a favor e 19 contra. No site da CMSP, constam 43 presentes na seção extraordinária e 16 que registraram voto contra.
**Upideite(06/ago/2011): As primeiras declarações não são muito animadoras.***
***Upideite(17/ago/2011): Estas são mais auspiciosas.