quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Política para vândalos e manifestantes coxinhas: Lição 9 ‎#ProtestaBR

#NãoVaiTerCopa

Neste começo de 2014, ano da Copa no Brasil, voltamos a ter os protestos contra os gastos com a realização do evento no país.

Realmente os estádios, entre construções e reformas, representam um montante que impressiona: R$ 8,9 bilhões empenhados até o momento e contando. Mesmo que parte seja dívida privada com o BNDES - que deverá ser pago ao longo do tempo -, há projetos públicos (o Mané Garrincha de Brasília, o Maracanã do Rio, a Amazônia de Manaus e a Pantanal de Cuiabá), e em PPP com concessão (o Mineirão de BH, a Fonte Novo de Salvador, a das Dunas em Natal, Pernambuco de Recife, o Castelão de Fortaleza). Os empréstimos privados são a juros subsidiados por banco público, além de benesses fiscais. O aumento de mais de 300% em relação aos estimados R$ 2,7 bilhões em 2007 é mesmo algo de causar revolta.

O que é meio complicado é que os *protestos* contra os gastos públicos de dinheiro que talvez fosse mais bem aplicado em saúde e educação somente em 2013 geraram um prejuízo de mais de R$ 15 bilhões em perdas de vendas no comércio, fora os R$ 4,5 bilhões em impostos que deixaram de ser arrecadados. Sem contar as dezenas de milhões de reais gastos em depredação de patrimônio público (como sinalizações, edificações, mobiliário urbano...) e limpeza (remoção de pichações, varrição de rua...) e de patrimônio de uso coletivo (principalmente ônibus). Fora as perdas de mercadorias saqueadas ou de perecíveis que estragaram durante bloqueios de estradas; fora as perdas em combustível e produtividade nos congestionamentos. Fora a inflação gerada. Fora a perda de produção nas indústrias. Fora perdas na indústria turística.

Os protestos são legítimos, concorde-se ou não com as reivindicações. Mas, opinião minha, não me parece muito razoável promover perdas públicas maiores do que os valores contra os quais se mobiliza.

Se não é pra ter Copa, talvez ter um pouco de bom senso seja essencial também.